sexta-feira, 12 de dezembro de 2008




1 – Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra. (Mateus, V: 4).
2 – Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, V: 9)
3 – Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo que todo o que se irá contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: raca, será réu no conselho; e o que disser: és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno. (Mateus, V: 21e 22).

4 – Por essas máximas, Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por conseqüência, condenou a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes. Raca era entre os hebreus uma expressão de desprezo, que significava homem reles, e era pronunciada cuspindo-se de lado. E Jesus vai ainda mais longe, pois ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.
É evidente que nesta, como em qualquer circunstância, a intenção agrava ou atenua a falta. Mas por que uma simples palavra pode ter tamanha gravidade, para merecer tão severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado, à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio e a animosidade. Enfim, porque depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.
5 – Mas o que dizia Jesus por estas palavras: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra?” Não ensinou ele a renúncia aos bens terrenos, prometendo os do céu?
Ao esperar os bens do céu, o homem necessita dos bens da terra para viver. O que ele recomenda, portanto, é que não se dê a estes últimos mais importância que aos primeiros.
Por essas palavras, ele quer dizer que até agora os bens da terra foram açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos mansos e pacíficos. Que as estes falta freqüentemente o necessário, enquanto os outros dispõem do supérfluo. E promete que justiça lhes será feita, assim na terra como no céu, porque eles serão chamados filhos de Deus. Quando a lei de amor e caridade for à lei da humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem espezinhados pelo forte e o violento. Será esse o estado da Terra, quando, segundo a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela estiver transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.


O Evangelho Segundo o Espiritismo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O homem Jesus

O homem Jesus

Dezembro é um mês muito especial. Como são todos os meses de dezembro.

As casas, as ruas, as avenidas se enchem de luzes. Cantos, cantigas, dramatizações do nascimento de uma criança singular se reprisam em escolas, templos e associações.

Em nome de um menino, os corações se sensibilizam e cada qual procura tornar muito bom o dia do Natal.

Eclodem emoções. E ante tanta sensibilidade que desfila ao longo desses dias, é de nos indagarmos:

Quem é essa criança cujo nascimento é evocado, mesmo após decorridos mais de vinte séculos da sua morte?

Porque afinal, costumamos comemorar o aniversário na terra dos que estão conosco. Depois que realizam a grande viagem, rumo ao invisível, nós lembramos outras datas.

Mas ninguém pensa em realizar festa de aniversário para aquele que já se foi.

E outro detalhe muito significativo. No dia em que se comemora o aniversário dessa criança, quem recebe os presentes são os que promovem a festa, numa alegre troca de embrulhos, lembranças e mimos.

Só mesmo um Espírito tão grande quanto o do Cristo poderia atravessar os séculos e prosseguir lembrado.

Foi tal a revolução que promoveu no Espírito humano que a Terra O recorda, ano após ano.

Sua revolução não utilizou armas de fogo, ferro ou aço. Foram, no entanto, as mais invencíveis armas do amor e da bondade.

Desde o nascimento, exemplificou. Rei das Estrelas, Senhor dos Espíritos, tornou-Se criança, adolescente, homem e viveu com os homens.

Demonstrando, através de pouco mais de três décadas que não importam as circunstâncias, quem deseja ser bom pode sê-lo.

Viveu em período em que a política romana comandava o mundo, em que a hipocrisia farisaica imperava e, no entanto, manteve-Se puro.

Lecionando humildade ao nascer em um berço de palha, traduziu a lição do trabalho na carpintaria de Seu pai José.

Ele, que moldara, junto com o Pai Supremo as formas da Terra que habitamos, não Se envergonhou de domar a madeira e transformá-la em bancos, mesas, utensílios domésticos outros.

Senhor e Mestre, em cada momento de Sua vida, ensinou pelo exemplo, testificando que o bem vence o mal, a luz vence a treva.

Mais de dois mil anos são passados, desde Sua vinda à Terra. Quando nos decidiremos por Lhe seguir a excelsa doutrina, que conjuga o verbo amar e que utiliza os substantivos doação, renúncia, abnegação?

* * *

Jesus é nosso Modelo e Guia.

Por isso mesmo, nenhum de nós deve se dizer desiludido com essa ou aquela postura equivocada de seguidores de qualquer credo. Porque afinal o que importa mesmo, é a conduta do nosso Mestre Jesus que, em nenhum momento, abandonou as linhas do dever e do amor sem limites.

Redação do Momento Espírita.
Em 10.12.2008.